domingo, 27 de maio de 2012



"A escola deve exercer um papel humanizador e socializador, além de desenvolver habilidades que possibilitem a construção do conhecimento e dos valores necessários à conquista da cidadania plena. Para que issso aconteça de fato, é preciso levar em conta a vida cotidiana daquele que aprende e daquele que ensina." (ARROYO, Miguel G. 2000)

Pluralidade Cultural.


       Para viver democraticamente em uma sociedade plural é preciso respeitar os diferentes grupos e culturas que a constituem. A sociedade brasileira é formada não só por diferentes etnias, como por imigrantes de diferentes países. Além disso, as migrações colocam em contato grupos diferenciados. Sabe-se que as regiões brasileiras têm características culturais bastante diversas e a convivência entre grupos diferenciados nos planos sociais e culturais muitas vezes é marcada pelo preconceito e pela discriminação. O grande desafio da escola é investir na superação da discriminação e dar a conhecer a riqueza representada pela diversidade etnocultural que compõe o patrimônio sociocultural brasileiro, valorizando a trajetória particular dos grupos que compõem a sociedade. Nesse sentido, a escola deve ser local de diálogo, de aprender a conviver, vivenciando a própria cultura e respeitando as diferentes formas de expressão cultural.


Referencias:
B823p Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais, ética / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997. 146p.

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro081.pdf . Acesso em: 23 de Abril de 2012

Projeto Político Pedagógico e os Temas Transversais.


     Ao construir o Projeto Político Pedagógico levamos em conta à realidade que circunda a Escola. Dentro da sala de aula os professores podem trabalhar com os temas transversais (Ética, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural, Saúde e Orientação Sexual). Por exemplo, o índice de adolescentes grávidas na escola está aumentando, a escola poda dar uma ênfase e trabalhar com a Orientação Sexual. Mas isso depende da realidade de cada escola e outros temas podem ser incluídos.

 
Critérios adotados para a eleição dos Temas Transversais

     Muitas questões sociais poderiam ser eleitas como temas transversais para o trabalho escolar, uma vez que o que os norteia, a construção da cidadania e a democracia, são questões que envolvem múltiplos aspectos e diferentes dimensões da vida social. Foram então estabelecidos os seguintes critérios para defini-los e escolhê-los:

Urgência social
     Esse critério indica a preocupação de eleger como Temas Transversais questões graves, que se apresentam como obstáculos para a concretização da plenitude da cidadania, afrontando a dignidade das pessoas e deteriorando sua qualidade de vida.

• Abrangência nacional
     Por ser um parâmetro nacional, a eleição dos temas buscou contemplar questões que, em maior ou menor medida e mesmo de formas diversas, fossem pertinentes a todo o País. Isso não exclui a possibilidade e a necessidade de que as redes estaduais e municipais, e mesmo as escolas, acrescentem outros temas relevantes à sua realidade.

• Possibilidade de ensino e aprendizagem no ensino fundamental
     Esse critério norteou a escolha de temas ao alcance da aprendizagem nessa etapa da escolaridade. A experiência pedagógica brasileira, ainda que de modo não uniforme, indica essa possibilidade, em especial no que se refere à Educação para a Saúde, Educação Ambiental e Orientação Sexual, já desenvolvidas em muitas escolas.

• Favorecer a compreensão da realidade e a participação social
     A finalidade última dos Temas Transversais se expressa neste critério: que os alunos possam desenvolver a capacidade de posicionar-se diante das questões que interferem na vida coletiva, superar a indiferença, intervir de forma responsável. Assim, os temas eleitos, em seu conjunto, devem possibilitar uma visão ampla e consistente da realidade brasileira e sua inserção no mundo, além de desenvolver um trabalho educativo que possibilite uma participação social dos alunos.


Referencias:
B823p Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais, ética / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997. 146p.

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro081.pdf . Acesso em: 23 de Abril de 2012

Contexto!



"Ao selecionar os conteúdos da série em que irá trabalhar, o professor precisa analisar os textos, verificar como são abordados os assuntos para enriquecê-los com sua própria contribuição e a dos alunos, comparando o que se afirma com fatos, problemas, realidades da vivência real dos alunos (...) "
(Libâneo, 1990)

terça-feira, 22 de maio de 2012

O professor e o aluno: o currículo como uma totalidade.


            Se as situações-problema devem fazer sentido para o aluno para sua melhor apreensão e resolução, o mesmo deve ser dito sobre os conteúdos e programas curriculares. A dispersão e falta de relação de uns com os outros podem dificultar o arranjo e a conexão de seus conhecimentos, não fazendo sentido para o aluno (em seu cotidiano pessoal e social) e dificultando seu interesse.
           Para uma aprendizagem eficaz, o ensino deve partir das possibilidades e necessidades dos alunos e não da matéria, no que especificamente está estabelecido para aquele momento, necessitando haver, com isso, um rearranjo dos conteúdos. O professor deve criar situações de ensino de modo a propiciar aprendizagens que realmente tenham sentido para os alunos.
     Lefrançois (2008) explica que o papel do professor, a partir dessas considerações, seria de colaborar para que os alunos encontrassem as soluções dos problemas por eles mesmos. Essa perspectiva vem ao encontro da abordagem construtivista, muito utilizada nos dias atuais, que propõe e ensino centrado no aluno.
         De acordo com os psicólogos gestaltistas, avaliar uma conduta ou aprendizagem do aluno exige um olhar para o todo e não centrar-se apenas em respostas ou ações isoladas apresentadas em determinadas situações e/ou avaliações.
        Em suma, temos o professor como importante e decisivo na aprendizagem de seus alunos, de maneira que a qualidade do trabalho dele implicará na qualidade de aprendizagem de seus alunos. Além disso, um ensino orientado pela Gestalt exige que o professor desenvolva confiança na capacidade de os alunos aprenderem por si mesmos e, por sua vez, que os alunos tenham confiança no professor. O ensino deve, portanto, ser orientado em função do agir, sentir e pensar dos alunos (Burow e Scherpp, 1985

A influência do sistema de ensino no currículo


Para que haja uma aprendizagem significativa faz-se necessário que o currículo valorize os conhecimentos prévios do aluno, bem como a realidade dos mesmos, tornando-se sem dúvida um desafio para o professor e esse desafio torna-se ainda maior devido ao nosso sistema de ensino.
Segundo Saviani o sistema de ensino é definido como unidirecional, em que há preocupação apenas com o ensino ministrado na escola, distinguindo-se do sistema de educação, em que há contextualização e preocupação com a formação do cidadão. Por termos um sistema de ensino, onde o  currículo já é pré-determinado, não havendo uma relação de conteúdos com a realidade do educando, os professores são transmissores do conhecimento e os alunos apenas devem reproduzir aquilo que lhe é transmitido caracterizando-se como uma aprendizagem mecânica.
Para haver mudança, é necessário que esta ocorra primeiro no sistema educacional do Brasil, o sistema deve deixar de ter um caráter meramente administrativo e funcionar como seu significado literal: conjunto de partes interdependentes , onde todos participam e todos executam.Ocorrendo essa mudança, conseqüentemente refletirá no currículo das escolas brasileiras, levando-as a entenderem que por meio do currículo podem levar o aluno a refletir, conscientizar e melhorar a realidade que este está inserido.

Rubem Alves - O papel do professor



Rubem Alves enfatiza o papel do professor, que não é o de levar ao aluno o conhecimento pronto, mas de instigá-lo, levando-o a construir o seu conhecimento, ensinando a pensar, a refletir na realidade na qual está inserido.




  " A missão do professor é provocar a inteligência, é provocar o espanto, é provocar a curiosidade."
                                                              Rubem Alves

sábado, 19 de maio de 2012

Professores do Amazonas dizem ser obrigados a aprovar alunos com baixo desempenho

Segundo alguns professores, alunos que obtiveram nota abaixo da média em algumas disciplinas deveriam ser aprovados com base na nota obtida nessas avaliações extras com o objetivo de elevar o índice de aprovação

Professores da rede estadual de ensino acusam a coordenadoria das escolas do Distrito 4 (Zonas Oeste e Centro-Oeste) de obrigá-los a aplicarem avaliações extras para a aprovação de alunos que tiveram baixo desempenho escolar. A Secretaria de Educação do Estado (Seduc) nega a denúncia. O Sindicato dos Professores foi procurado para falar do assunto, mas ninguém foi encontrado.
De acordo com os professores, alunos que obtiveram nota abaixo da média em algumas disciplinas deveriam ser aprovados com base na nota obtida nessas avaliações extras com o objetivo de elevar o índice de aprovação.
“Fomos chamados para uma reunião porque essa coordenadoria achou ruim o exagero no número de alunos reprovados”, diz a professora Alice Moreira* que dá aulas para turmas de ensino fundamental e médio numa escola do Distrito 4. Ela fala que “não foi pedido pela coordenação para fazer mudanças nas notas, mas que fosse feita uma avaliação para que a nova nota fosse a média do aluno”.
Para ela, essa “pressão” por conta da coordenação “é uma forma oculta para aprovar o aluno”. As denúncias dos professores ainda dão conta de que, em alguns casos, os pais e responsáveis dos alunos reclamam do posicionamento que tem sido tomado pela gestão das escolas. Porém, os professores ressaltam que essa prática não se trata de uma exigência da direção da escola e sim, da coordenadoria das escolas do Distrito 4. O professor Alexandre Ramos* relata que, “ao que parece, não há uma preocupação pedagógica, mas uma preocupação política para apresentar bons números”.
De acordo com Ramos, um grande número de alunos dessas escolas que integram o Distrito 4 têm se mostrado cada vez menos interessados pelos estudos uma vez que já sabem como funciona esta prática irregular. “Os professores estão decepcionados com isso”, frisou.
Alexandre também comenta que, ao fazer a avaliação para a recuperação da nota do aluno reprovado, se o resultado obtido permanecer abaixo da média, os professores são obrigados a aprovarem os alunos. O professor acrescenta, ainda, que a situação tem ocorrido, principalmente, com professores que estão em estágio probatório, período em que serão avaliadas a aptidão e a capacidade do professor para a realização das funções inerentes ao cargo de provimento efetivo para o qual foi nomeado.
“Para colocar o índice de aprovação da escola lá em cima somos obrigados a fazer quantas avaliações forem necessárias até o aluno ser aprovado. Mas tem aluno que falta pelo menos 20 aulas das 28 que foram realizadas pelo professor”, denunciou a professora Geane Guimarães*.
A professora de ensino fundamental reclama da ”imposição da coordenação”. “Eles fazem a gente assinar um termo de responsabilidade pelas notas dos alunos reprovados, porém, o responsável deve ser o aluno, pois é ele que está ali em sala de aula em busca de bons resultados pelo seu aprendizado”, ressaltou.
*Nomes fictícios a pedido dos entrevistados
Apesar de em algumas escolas estaduais do Distrito 4 a “obrigação” de aprovar os alunos com baixo rendimento no aprendizado em sala de aula não dar direito a algum tipo de benefício aos professores, em outras, os educadores dizem ser ameaçados de terem o 14º e 15º salários “cortados”.
“Pode-se ver que isso tem um preço”, conta a professora Tânia Andrade*.
Segundo a educadora, mesmo que os professores tenham direito ao 14º e 15º salários por atingir a média de rendimento exigida na escola, isso não estimula os professores a cometerem a prática, pois ela destaca que “ao longo prazo são colhidos frutos negativos dessa irregularidade”.
A professora reforça, também que, além dos educadores, os gestores das escolas também são pressionados a “promoverem” bons resultados no desempenho de aprendizagem dos seus alunos.
“Esta situação está ocorrendo porque algumas escolas não atingiram a meta de 85% ou 90% de aprovação e, infelizmente, tem professor que acata a essa atitude para não perder esses benefícios. Mas como pode, numa turma com até 60 alunos em que pelo menos 15% são de faltosos, ter apenas quatro com notas vermelhas? Isso atinge a dignidade do professor”, criticou Ronaldo Magalhães*.
Seduc diz que não há determinação
A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) esclareceu que “não há nenhum tipo de determinação e sequer orientação do órgão para a aprovação, sem aprendizagem, de estudantes nas escolas da rede estadual de ensino”.
Como política educacional, a Seduc informou que tem um trabalho voltado a promoção da aprendizagem e o sucesso escolar do estudante, conseguindo mantê-lo na escola. Acrescentou, ainda, que a meta de aprovação das escolas tem como base o índice do ano anterior. Portanto, não há nenhum porcentual estipulado de forma global.
Sobre o direito ao 14º e 15º salários, a secretaria explicou que, desde 2008, o órgão estabeleceu uma política de valorização para os seus servidores, oferecendo premiações salariais aos educadores cujas escolas obtiveram os indicadores educacionais esperados. A política denominada “Premiação por Mérito do Desempenho Educacional” tem como parâmetro os resultados obtidos por cada escola no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
O Ideb foi criado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) em 2007 e reúne, num só indicador, dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação no Brasil: fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações.

A Seduc esclareceu que a nota do Ideb é composta por dois critérios: rendimento escolar (aprovação, reprovação e abandono) e as notas dos estudantes nas provas aplicadas pelo Ministério da Educação (MEC). Portanto, a nota do Ideb não é formada por provas aplicadas pelos professores das escolas da Seduc aos estudantes e sim, por provas específicas do MEC para compor a nota.